domingo, 18 de junho de 2006

Duas maritacas e uma história



Certa vez, ganhei de meu avô (saudades) uma maritaca que chamei de Zui. Verde, amarela, azul... Linda!

Um dia, Zui morreu. Durante a noite, uma coruja conseguiu enfiar o bico por entre os arames de sua gaiola que ficava frente nossa casa. E furou um dos olhinhos de Zui, cegando-o completamente. Fez também um corte profundo em seu pescoço. Deixando-o quase a cair...

(Meus olhos enchem-se de lágrimas só de lembrar...)

Cuidamos muito dela. Mas a sua partida foi inevitável. Se foi e deixou saudades...

(...)

Depois de um tempo, ganhei outra maritaca que era muito parecida com Zui. Tinha as mesmas asas coloridas e era igualmente linda!

Um dia ela também se foi... Escapuliu de tal forma que não conseguimos encontrá-la novamente. Não se sabe por onde anda. Talvez ela já esteja morta. Era um pássaro de gaiola e, provavelmente, não sobreviveria muito tempo solta. Era tão indefesa...


É. No momento estou sem maritaca.


Como tudo é tão efêmero!!! Pessoas, a vida passa e nos leva junto com ela. Então viramos pó. A expressão' NUNCA MAIS' me dá arrepios.
Zui nunca mais abriria suas asas pra mostrar a sua penugem bonita. Não. Nunca mais.


Me parece gozada a forma como estamos sempre em busca de preencher os espaços vazios. Estamos sempre tentando, de uma maneira ou de outra, esquecer o que se foi e quem se foi, dando lugar ao que vem. Devemos viver todos os momentos da vida com a maior intensidade possível desfrutando bem de tudo que ela pode oferecer.