Queria que você fosse o meu livro, pra eu te ler todo dia e te saber de cor. Queria te decorar, te prever, te rodear, te recitar, te frasear, te fantasiar, te soletrar, te interpretar. Queria repetir cada verso seu pra qualquer um que quisesse saber qualquer coisa sobre o amor. Queria conhecer cada página sua e me encantar. Queria ter você na ponta da língua e na palma da mão. Queria tocar suas letras e entender seu coração.
Queria que você fosse o meu caderno, pra que, ao menos dentro de você, tudo fosse possível. Queria uma verdade inventada pra te fazer feliz. Queria ter o poder de fantasiar um final de filme pra esse “eu e você” que insiste em não me deixar em paz... Um final que fosse o conto do nosso conto, o sonho do nosso sonho e que tivesse o nome e a cor da gente. Queria me escrever em você de caneta azul e nunca mais apagar. Queria te dar minhas melhores palavras, sem devolução. Sem borracha. Sem validade. As frases de caneta são eternas e você não pode apagar. Queria nos rabiscar, nos desenhar, nos enfeitiçar, nos grifar, nos colorir. Queria ter você entre uma palavra e outra, sem espaços, sem rimas prontas, no inverso de mim, na interjeição de nós. Queria te mostrar, capítulo por capítulo, essa nossa história, que já existia antes mesmo de nós. Queria te mostrar meus ensaios, os ensaios de mim mesma, pra você me tirar do rascunho e, finalmente, me viver.
Queria que você fosse o meu violão, pra simplesmente te tocar pra sempre como se a nossa música nunca fosse acabar. Como se as nossas notas notassem profundamente os nossos desejos, que são os mesmos. Como se os nossos acordes, a gente soubesse de cor e salteado, sem cifras. Queria cantar pra você, em segredo, os nossos versos, que são só nossos. Queria sussurrar pra você uma palavra bonita que te fizesse sorrir. Queria te afinar, te transformar em som, te unir à minha voz e nunca mais separar. Queria ter você no meu colo, perto do meu coração que, nesse momento, estaria batendo acelerado só por você estar comigo. Queria que você ouvisse tudo isso. Minha voz, meu som, minha rima, meu coração... Queria que você entrasse no meu palco, roubasse minha cena, tirasse minha fala, entendesse o meu tom. Queria que você me lembrasse da letra, caso eu esquecesse. Queria que me trouxesse de volta, caso eu resolvesse, inexplicavelmente, fugir. Queria que me moldasse e me modulasse, em tom e semitom, pra você.
Queria que você não fosse simplesmente você. Queria que você fosse exatamente o espaço entre nós, pra te aproximar, te apaixonar, te encantar, te seduzir, te poetizar. Queria ter você no cheiro, na respiração, na inspiração, no sonho, no verso. Não queria ser na sua vida apenas um simples rascunho. Não queria ser uma página qualquer onde você faz riscos pra se distrair. Acorde desse sono que nos aprisiona e me tire do sonho. Não espere eternamente pela força do acaso, pela largada, pelo “já”, pelo destino, pelo início do meio do nosso final.
Entenda que gostar não tem razão, não tem motivo. E é bom que seja assim. Não quero ter que explicar, não quero entender tudo, não quero ter certezas demais. Queria mesmo me perder pra, quem sabe, te encontrar. Capricho?
ps: eu vou andar com você...
Queria que você fosse o meu caderno, pra que, ao menos dentro de você, tudo fosse possível. Queria uma verdade inventada pra te fazer feliz. Queria ter o poder de fantasiar um final de filme pra esse “eu e você” que insiste em não me deixar em paz... Um final que fosse o conto do nosso conto, o sonho do nosso sonho e que tivesse o nome e a cor da gente. Queria me escrever em você de caneta azul e nunca mais apagar. Queria te dar minhas melhores palavras, sem devolução. Sem borracha. Sem validade. As frases de caneta são eternas e você não pode apagar. Queria nos rabiscar, nos desenhar, nos enfeitiçar, nos grifar, nos colorir. Queria ter você entre uma palavra e outra, sem espaços, sem rimas prontas, no inverso de mim, na interjeição de nós. Queria te mostrar, capítulo por capítulo, essa nossa história, que já existia antes mesmo de nós. Queria te mostrar meus ensaios, os ensaios de mim mesma, pra você me tirar do rascunho e, finalmente, me viver.
Queria que você fosse o meu violão, pra simplesmente te tocar pra sempre como se a nossa música nunca fosse acabar. Como se as nossas notas notassem profundamente os nossos desejos, que são os mesmos. Como se os nossos acordes, a gente soubesse de cor e salteado, sem cifras. Queria cantar pra você, em segredo, os nossos versos, que são só nossos. Queria sussurrar pra você uma palavra bonita que te fizesse sorrir. Queria te afinar, te transformar em som, te unir à minha voz e nunca mais separar. Queria ter você no meu colo, perto do meu coração que, nesse momento, estaria batendo acelerado só por você estar comigo. Queria que você ouvisse tudo isso. Minha voz, meu som, minha rima, meu coração... Queria que você entrasse no meu palco, roubasse minha cena, tirasse minha fala, entendesse o meu tom. Queria que você me lembrasse da letra, caso eu esquecesse. Queria que me trouxesse de volta, caso eu resolvesse, inexplicavelmente, fugir. Queria que me moldasse e me modulasse, em tom e semitom, pra você.
Queria que você não fosse simplesmente você. Queria que você fosse exatamente o espaço entre nós, pra te aproximar, te apaixonar, te encantar, te seduzir, te poetizar. Queria ter você no cheiro, na respiração, na inspiração, no sonho, no verso. Não queria ser na sua vida apenas um simples rascunho. Não queria ser uma página qualquer onde você faz riscos pra se distrair. Acorde desse sono que nos aprisiona e me tire do sonho. Não espere eternamente pela força do acaso, pela largada, pelo “já”, pelo destino, pelo início do meio do nosso final.
Entenda que gostar não tem razão, não tem motivo. E é bom que seja assim. Não quero ter que explicar, não quero entender tudo, não quero ter certezas demais. Queria mesmo me perder pra, quem sabe, te encontrar. Capricho?
ps: eu vou andar com você...