Tudo começou com uma pisada de pé. Tem uma frase bonita, dessas que se lê em livro e nunca mais se esquece, que diz que tudo na vida começa com um sim. Talvez uma pisada de pé, assim meio intencional, despretensiosa e levemente proposital, seja a maneira mais doce e poética de dizer sim. Dizer sim para o outro é a maneira mais nobre e sincera de se desprender e convidar o amor para a última e esperada dança. Se desprender é o primeiro e mais eficaz modo para unir as correntes de vida. E unir as correntes de vida é a única forma que eu conheço de se eternizar, por completo, nesse mundo. Nem os cientistas, com suas descobertas incríveis, inimagináveis e inusitadas, são tão eternos quanto quem amou. Quem amou ficou eterno sem deixar vestígios palpáveis. Porque o amor não é palpável. Nunca foi. Ele existe sem que precisemos comprovar com sólidos. O amor é, por si, gasoso. Ele paira no ar, sem pretensão de se solidificar. O amor é um gás nobre.
Pisar no pé de alguém pode demonstrar implicância, mas não nesse caso. O amor de que falo precede a história. Esse é o amor da história, e não a história do amor. Digo isso porque o amor sobrevive à história. História é tempo, mas nesse caso, nem o tempo consegue apagar o amor sem vestígios. O amor veio antes, muito antes, quando ainda não existia nada. Surgiu antes da pisada de pé. Antes das personagens. Antes do encontro. O amor já existia muito antes de ser escrito. E só foi escrito porque existiu.
“Ele pisou no meu pé no primeiro dia”, ela conta. Era simpática e, por isso, aceitou as desculpas dele sem pensar. Ela sempre aceitava as desculpas. Com ele, não haveria de ser diferente. Mas as pisadas de pé se repetiam. Uma, duas, três, quatro vezes. Por fim, as desculpas já não foram tão bem aceitas. Ela, que não acreditava em amor da vida, retrucou.
- Não entendo porque você pisa tanto no meu pé!
- É que eu gosto de você...
Ela dizia que todos os amores estavam na vida para serem vividos, mas nenhum era, em especial, o amor da vida dela. Estava enganada.
As primeiras palavras foram trocadas. As primeiras palavras, os primeiros abraços, os primeiros beijos, o primeiro amor. O único.
- Sabe... Eu queria te dar o mundo. Mas eu não posso.
- Tudo bem, amor. Eu entendo.
- Mas eu te dou um MUNDY.
Pisar no pé de alguém pode demonstrar implicância, mas não nesse caso. O amor de que falo precede a história. Esse é o amor da história, e não a história do amor. Digo isso porque o amor sobrevive à história. História é tempo, mas nesse caso, nem o tempo consegue apagar o amor sem vestígios. O amor veio antes, muito antes, quando ainda não existia nada. Surgiu antes da pisada de pé. Antes das personagens. Antes do encontro. O amor já existia muito antes de ser escrito. E só foi escrito porque existiu.
“Ele pisou no meu pé no primeiro dia”, ela conta. Era simpática e, por isso, aceitou as desculpas dele sem pensar. Ela sempre aceitava as desculpas. Com ele, não haveria de ser diferente. Mas as pisadas de pé se repetiam. Uma, duas, três, quatro vezes. Por fim, as desculpas já não foram tão bem aceitas. Ela, que não acreditava em amor da vida, retrucou.
- Não entendo porque você pisa tanto no meu pé!
- É que eu gosto de você...
Ela dizia que todos os amores estavam na vida para serem vividos, mas nenhum era, em especial, o amor da vida dela. Estava enganada.
As primeiras palavras foram trocadas. As primeiras palavras, os primeiros abraços, os primeiros beijos, o primeiro amor. O único.
- Sabe... Eu queria te dar o mundo. Mas eu não posso.
- Tudo bem, amor. Eu entendo.
- Mas eu te dou um MUNDY.