Sou Silvia Prata. Sou cantora. Tenho um ano de carreira profissional. Canto e toco em bares à noite. Sou feliz. Ou pelo menos procuro ser, da maneira mais amarela possível. Gosto de rock. Gosto de MPB. Mas gosto mesmo é de não rotular. Uso lápis cor preta nos olhos. Até quando estou amarela e querendo ser feliz. Uso muito. Uso pra que me entendam. Pra que me enxerguem. Pra que me percebam. E torço pra não chorar. Torço pra não borrar. Tenho pais que me amam. Não tenho amigos. Mas tenho um ídolo, que faz músicas como se me conhecesse melhor que eu mesma, que faz a trilha sonora da minha vida e ilustra todos os meus momentos. Todos os meus sentires. Todos os meus infinitos, intensos, exagerados, suspirosos ou exclamativos viveres. Ele se chama Nando Reis e é alguém por quem tenho uma espécie de admiração maluca, uma quase loucura pra minha coleção. Sim. Eu gosto de gente meio louca. Gosto de cabelo vermelho. Homens e mulheres. Ruivos e ruivas. Acho bacana gente que tem estilo, seja ele qual for. Em nome do estilo vale tudo.
Acho que sou demais. E quando digo que sou demais, não pense que estou me elogiando, porque detesto gente que se elogia. Demais é um advérbio de intensidade. Aprendeu? Anota e nunca mais esquece. Intensamente é como eu quero viver a vida. Talvez seja esse o meu pior erro. Sou extremamente. Sou até cansar. Até enjoar. Excessivamente apaixonada. E dói. E cansa. É triste admitir uma verdade: às vezes me sinto mais completa quando estou triste do que quando estou feliz. Acho que é porque a felicidade plena não existe. Nunca estaremos completamente satisfeitos. Já na tristeza, a gente chega ao fundo do poço e aquilo nos alimenta de uma tal forma que a felicidade e a plenitude passam a existir principalmente na amargura. E é assim que eu gosto de me sentir. Plena. Completa. Complexa. Mas hoje eu estou amarela e plena. Isso é raro. É incontestável o quanto eu sou estranha, extremista e o quanto eu tenho me tornado mais e mais liberalista. Pois é. Preconceitos eu nunca tive. Fui criada assim, fui ensinada assim, com essa idéia mais que correta de que as pessoas merecem igualdade no respeito, nos direitos, nos deveres. Mas ultimamente tenho aceitado quase tudo. Não estou mudando a minha personalidade. Continuo vivendo intensamente pelo simples fato de sentir tudo muito bem. Tá confuso? Não importa. Eu estou vivendo. E até então, nunca precisei de muitas inconseqüências pra garantir isso. Mas aceito numa boa quem precisa. Assumo isso agora, nesse instante. Eu sou intensa só pelos meus sentimentos, não abuso de uma juventude desenfreada, mesmo sendo jovem. Sou intensa quando escuto música, principalmente. Nesse momento é como se eu estivesse cometendo todas as possíveis e bárbaras loucuras que se pode cometer numa vida ou como se fugisse de toda a realidade que aprisiona. E como dói o que aprisiona! Eu tenho é fome. De quê? De liberdade. Tenho vontade de sacudir o mundo. Tenho vontade de que todos me ouçam. E me respeitem. E não me entendam. E é esse o meu objetivo: me desfazer das amarras que insistem em me prender, em me segurar. As amarras que estão dentro de mim são as mais perigosas. E é delas que eu não gosto. Das outras não tenho medo. Com as outras eu bato de frente e canto vitória antes da batalha começar.
Adoro quando minhas idéias se misturam. Acho ótimo quando esqueço do que estou falando. Gosto que me admirem justamente pelas constantes incoerências. Pelos meus exageros. Mas são exageros bons e por isso, dignos de admiração. Exageros no amar. Amar demais dói (e como dói). Mas no fim acaba valendo à pena. Se expor. Se mostrar. Não se envergonhar. Eu não me envergonho de nada do que fiz em nome do amor, porque nunca prejudiquei a ninguém, senão a mim mesma. Nada deu certo e nem por isso eu virei hippie. Sofri. Levantei e continuei vivendo sem arrependimentos. Eu fui completa em todo aquele sofrimento. E se alcancei a plenitude na qual me encontro hoje e à qual valorizo tanto como principal virtude de um ser humano, é porque doeu um dia. Foi dor intensa. E que toda intensidade seja perdoada e eternamente louvada. Que toda insanidade seja incompreendida. Não. Lê direito. É isso mesmo: incompreendida! O bom mesmo é quando ninguém entende. Tenho dito. Queria sair por aí viajando sem dizer pra onde. Sem nem saber pra onde. Assim é que é melhor. Queria nem ter casa. Queria nem ter dono. Queria nem ter nada, só a vida. Só a vida e o amor. O amor que é universal, que não tem explicação. E nem precisa. O entendimento às vezes nos tira toda pureza do sentir. O amor de que falo é bonito e eu o carrego e sempre vou carregar no coração: o amor pelos meus pais, que são as únicas certezas que eu tenho nessa vida.
Sou feliz porque sou uma pessoa de propósitos. Tenho minha vida toda na cabeça. Pode ser que aconteça tudo diferente. Mas sonhar eu sonho. E risco todo o meu caminho pra na hora H acabar me perdendo e me encontrando, infinitas vezes. Não importa. Eu sei onde quero chegar. Só trilhei o mais possível caminho por onde vou passar. Mas esse caminho nem me interessa. Seja o caminho que for, o importante é chegar até a vida de verdade. Até minhas viagens, minha música, minha arte. Até minhas vontades, minha realidade surreal, até o meu hibisco. Que é meu e vive pra me aguardar. Meu hibisco é meu espaço e meu futuro. É meu sonho e minha realidade. E é tudo o que há entre sonho e realidade. Entre eles me há.
Acho que sou demais. E quando digo que sou demais, não pense que estou me elogiando, porque detesto gente que se elogia. Demais é um advérbio de intensidade. Aprendeu? Anota e nunca mais esquece. Intensamente é como eu quero viver a vida. Talvez seja esse o meu pior erro. Sou extremamente. Sou até cansar. Até enjoar. Excessivamente apaixonada. E dói. E cansa. É triste admitir uma verdade: às vezes me sinto mais completa quando estou triste do que quando estou feliz. Acho que é porque a felicidade plena não existe. Nunca estaremos completamente satisfeitos. Já na tristeza, a gente chega ao fundo do poço e aquilo nos alimenta de uma tal forma que a felicidade e a plenitude passam a existir principalmente na amargura. E é assim que eu gosto de me sentir. Plena. Completa. Complexa. Mas hoje eu estou amarela e plena. Isso é raro. É incontestável o quanto eu sou estranha, extremista e o quanto eu tenho me tornado mais e mais liberalista. Pois é. Preconceitos eu nunca tive. Fui criada assim, fui ensinada assim, com essa idéia mais que correta de que as pessoas merecem igualdade no respeito, nos direitos, nos deveres. Mas ultimamente tenho aceitado quase tudo. Não estou mudando a minha personalidade. Continuo vivendo intensamente pelo simples fato de sentir tudo muito bem. Tá confuso? Não importa. Eu estou vivendo. E até então, nunca precisei de muitas inconseqüências pra garantir isso. Mas aceito numa boa quem precisa. Assumo isso agora, nesse instante. Eu sou intensa só pelos meus sentimentos, não abuso de uma juventude desenfreada, mesmo sendo jovem. Sou intensa quando escuto música, principalmente. Nesse momento é como se eu estivesse cometendo todas as possíveis e bárbaras loucuras que se pode cometer numa vida ou como se fugisse de toda a realidade que aprisiona. E como dói o que aprisiona! Eu tenho é fome. De quê? De liberdade. Tenho vontade de sacudir o mundo. Tenho vontade de que todos me ouçam. E me respeitem. E não me entendam. E é esse o meu objetivo: me desfazer das amarras que insistem em me prender, em me segurar. As amarras que estão dentro de mim são as mais perigosas. E é delas que eu não gosto. Das outras não tenho medo. Com as outras eu bato de frente e canto vitória antes da batalha começar.
Adoro quando minhas idéias se misturam. Acho ótimo quando esqueço do que estou falando. Gosto que me admirem justamente pelas constantes incoerências. Pelos meus exageros. Mas são exageros bons e por isso, dignos de admiração. Exageros no amar. Amar demais dói (e como dói). Mas no fim acaba valendo à pena. Se expor. Se mostrar. Não se envergonhar. Eu não me envergonho de nada do que fiz em nome do amor, porque nunca prejudiquei a ninguém, senão a mim mesma. Nada deu certo e nem por isso eu virei hippie. Sofri. Levantei e continuei vivendo sem arrependimentos. Eu fui completa em todo aquele sofrimento. E se alcancei a plenitude na qual me encontro hoje e à qual valorizo tanto como principal virtude de um ser humano, é porque doeu um dia. Foi dor intensa. E que toda intensidade seja perdoada e eternamente louvada. Que toda insanidade seja incompreendida. Não. Lê direito. É isso mesmo: incompreendida! O bom mesmo é quando ninguém entende. Tenho dito. Queria sair por aí viajando sem dizer pra onde. Sem nem saber pra onde. Assim é que é melhor. Queria nem ter casa. Queria nem ter dono. Queria nem ter nada, só a vida. Só a vida e o amor. O amor que é universal, que não tem explicação. E nem precisa. O entendimento às vezes nos tira toda pureza do sentir. O amor de que falo é bonito e eu o carrego e sempre vou carregar no coração: o amor pelos meus pais, que são as únicas certezas que eu tenho nessa vida.
Sou feliz porque sou uma pessoa de propósitos. Tenho minha vida toda na cabeça. Pode ser que aconteça tudo diferente. Mas sonhar eu sonho. E risco todo o meu caminho pra na hora H acabar me perdendo e me encontrando, infinitas vezes. Não importa. Eu sei onde quero chegar. Só trilhei o mais possível caminho por onde vou passar. Mas esse caminho nem me interessa. Seja o caminho que for, o importante é chegar até a vida de verdade. Até minhas viagens, minha música, minha arte. Até minhas vontades, minha realidade surreal, até o meu hibisco. Que é meu e vive pra me aguardar. Meu hibisco é meu espaço e meu futuro. É meu sonho e minha realidade. E é tudo o que há entre sonho e realidade. Entre eles me há.