Há quem diga que feliz é aquele que tem seu quebra-cabeça montado. Aquele que tem todas as peças no lugar e todos os espaços milimetricamente ocupados. Há quem acredite que tudo o que falta é considerado lacuna que deve, em qualquer hipótese, ser preenchida. Enquanto houver algo em branco, os lápis de cor não podem cair ao chão. Enquanto houver carta fora do baralho, a busca não deve terminar. Assim, há aqueles que afirmam convictos que todo espaço é buraco e que todo buraco é negro.
Mas eu me nego a ter os amores na palma da mão. Me recuso a ter todas as verdades na ponta da língua e todos os versos prontos na ponta da caneta. Preciso inventar. Preciso cair na minha própria armadilha e, docemente, me iludir. Preciso percorrer meio mundo ao sabor de um sonho. Preciso continuar acreditando na minha própria fantasia. Preciso ouvir a utopia, seguir a intuição e me deixar enganar pela miopia. Preciso mais da busca do que do encontro. Faço mais questão da escalada do que do topo da montanha. Enquanto o meu coração acreditar que a peça que falta está em algum canto do mundo, à minha espera, terei força e coragem pra procurá-la. E, pelo caminho, tenho poesias de sobra pra me consolar.
Mas eu me nego a ter os amores na palma da mão. Me recuso a ter todas as verdades na ponta da língua e todos os versos prontos na ponta da caneta. Preciso inventar. Preciso cair na minha própria armadilha e, docemente, me iludir. Preciso percorrer meio mundo ao sabor de um sonho. Preciso continuar acreditando na minha própria fantasia. Preciso ouvir a utopia, seguir a intuição e me deixar enganar pela miopia. Preciso mais da busca do que do encontro. Faço mais questão da escalada do que do topo da montanha. Enquanto o meu coração acreditar que a peça que falta está em algum canto do mundo, à minha espera, terei força e coragem pra procurá-la. E, pelo caminho, tenho poesias de sobra pra me consolar.