Ela ganhara, de presente, o futuro. A vida, dali em diante, seria um emaranhado de primeiras vezes. Ela sabia que o costume, em algum momento, tiraria a mágica. O hábito traria a monotonia. A rotina transformaria os dias, outrora pontuados com reticências, exclamações e interrogações, em um amontoado de segundos previsíveis que aguardam ansiosamente pelo ponto final. Segundos que se apóiam em vírgulas, em busca de mero descanso. Segundos que, pendurados nos pontos, fazem a pausa para a respiração. Mas ela insistia em segundos sem fôlego. Tudo aconteceria, com o tempo, conforme o esperado. Tudo caberia exatamente, talvez milimetricamente, na rotina. Mas ela não pensaria nisso agora. Aquele era o momento da primeira vez.
Toda primeira vez tem certa mágica. Não existe um jeito de ser diferente. Não existe, nem mesmo, outra palavra para definir o novo, senão esta: mágica. Aquilo que nunca antes se fez. Aquilo que nunca talvez se tenha imaginado. Aquilo que nem se sabia que existia. Assim era a vida pra ela. Um presente de embrulho irresistível. Um presente que ela precisaria abrir para descobrir. Não era possível prever o que se escondia naquela caixa. O tato falhava, porque o futuro não era palpável. Nunca fora. Mas ela tinha coragem para abrir o presente e, só então, descobrir o que o futuro reservava. Fosse bom ou fosse mau, ela aceitaria de coração aberto.
Decidiu que assassinaria, então, todas as segundas, terceiras, quartas ou infinitas vezes. A vida dela seria feita apenas das primeiras vezes. Ela seria apenas tentativa. E, tentando, acabaria por se transformar em alguma coisa bonita, possivelmente parecida com os contos de fada que insistia em não abandonar. Ela poderia até adentrar alguma constelação de estrelas ou riscar bem forte o destino. Seu traço era forte o suficiente para rasgar as entrelinhas da sua história, que já estava inteiramente escrita. Mas o que ela não queria mesmo era passar o imaginário para a memória. Queria que tudo fosse apenas ápice. Queria que os segundos acendessem e ascendessem, como mágica. Queria que tudo durasse apenas o necessário para ser inesquecível. Queria que tudo terminasse bem na hora de acontecer, pra que o gosto sempre fosse doce. Não fazia questão de entender, não requisitava nenhuma explicação. A vida não tinha e nem pedia explicações. A vida pedia pra ser vivida. E ela vivia, com coragem.
Toda primeira vez tem certa mágica. Não existe um jeito de ser diferente. Não existe, nem mesmo, outra palavra para definir o novo, senão esta: mágica. Aquilo que nunca antes se fez. Aquilo que nunca talvez se tenha imaginado. Aquilo que nem se sabia que existia. Assim era a vida pra ela. Um presente de embrulho irresistível. Um presente que ela precisaria abrir para descobrir. Não era possível prever o que se escondia naquela caixa. O tato falhava, porque o futuro não era palpável. Nunca fora. Mas ela tinha coragem para abrir o presente e, só então, descobrir o que o futuro reservava. Fosse bom ou fosse mau, ela aceitaria de coração aberto.
Decidiu que assassinaria, então, todas as segundas, terceiras, quartas ou infinitas vezes. A vida dela seria feita apenas das primeiras vezes. Ela seria apenas tentativa. E, tentando, acabaria por se transformar em alguma coisa bonita, possivelmente parecida com os contos de fada que insistia em não abandonar. Ela poderia até adentrar alguma constelação de estrelas ou riscar bem forte o destino. Seu traço era forte o suficiente para rasgar as entrelinhas da sua história, que já estava inteiramente escrita. Mas o que ela não queria mesmo era passar o imaginário para a memória. Queria que tudo fosse apenas ápice. Queria que os segundos acendessem e ascendessem, como mágica. Queria que tudo durasse apenas o necessário para ser inesquecível. Queria que tudo terminasse bem na hora de acontecer, pra que o gosto sempre fosse doce. Não fazia questão de entender, não requisitava nenhuma explicação. A vida não tinha e nem pedia explicações. A vida pedia pra ser vivida. E ela vivia, com coragem.