Fim de ano é sempre a mesma história. Tem gente arrumando o armário. Tem gente fazendo simpatia. Tem gente fazendo planos e estabelecendo metas. Tem gente pensando em começar dieta, academia e aula de violão. Tem gente dizendo que os próximos dias serão totalmente diferentes dos 365 anteriores. Tem gente desejando paz, saúde, amor e prosperidade pra todo mundo sem sequer pensar sobre o significado de cada uma dessas palavras. Tem gente agradecendo o passado e tem gente pedindo o futuro. O tempo passa. Voa. Mas os meus desejos ainda são os mesmos...
Que a vida continue me causando espanto, medo, surpresa e prazer. Que o injusto continue me indignando, e que a indignação continue me movendo em busca daquilo que acredito ser certo. Que o meu olhar se mantenha aceso. Que eu continue tendo efêmeras vontades de desistir, porque sou humana, mas que a fé me mova sempre até o fim. Que o caminho árduo nunca me faça ser tentada pelos falsos atalhos. Que, de um jeito ou de outro, a gente consiga viajar: no mapa, nos livros, nos sonhos ou no amor, que é o maior de todos os sonhos. Que sonhar não se torne, em hipótese alguma, tolice. E o melhor: que nenhum sonho jamais seja proibido. Que os planos saiam do papel e nos surpreendam por serem ainda mais bonitos do que pareciam ser quando ocupavam espaço apenas dentro de nós. Que a falta de tempo nunca nos impeça de embrulhar os presentes com papel celofane ou fita de cetim. Que os papeis de carta saiam da gaveta e ganhem letras, redondas ou tortas, que façam sentido quando combinadas pelo coração. Que o encontro nunca deixe de ser a opção mais viável. Que o maior confronto nunca deixe de ser o olho no olho. Que o amor seja finalmente eleito como o caminho mais curto para a real felicidade. Que os dias cinzentos sejam transformados em primavera. Que a gente caiba milimetricamente em um abraço, e que ele nos sirva de esconderijo quando o que está lá fora parecer perigoso demais. Que olhar pra trás jamais nos envergonhe. Que o amor de cinema continue sendo, no fundo, o sonho de cada um. Que declarações sejam feitas sem rodeios. Que as verdades sejam ditas. E que a vida esteja cada vez mais perto da poesia, até que vida e poesia sejam, por fim, inseparáveis. Amém.
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Obrigada a todos vocês, leitores, que me acompanharam em 2012. Vem muita poesia por aí no ano que vem. Feliz 2013!