sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CANTADA



Te conto um segredo. Te canto baixinho. Te encanto de fininho. Te levo pra vida. Te entrego minhas páginas. Te rabisco no céu. Te olho nos olhos. Te afago gostoso. Te desenho nas nuvens. Te mostro meu filme. Te trago pro enredo. Te digo uma verdade. Te cego me vendo. Te contorno em meus braços. Te acalmo em abraços. Te presenteio com meus olhos. Te abafo no peito. Te chamo de louco. Te leio num livro. Te sonho bonito. Te vejo no nada. Te gosto no tudo. Te peço uma rosa. Te escrevo um poema. Te apresento pra mim. Te aponto um planeta. Te imploro à uma estrela. Te toco em silêncio. Te invento no vento. Te grifo no verso. Te sinto no universo. Te identifico em toda parte. Te noto sozinho. Te chamo pra perto. Te transporto ao certo. Te marco em mim. Te engano assim. Te tomo enfim. Te encontro em fim. Te eternizo aqui. Te faço feliz.

Em canto, te canto e encanto.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

SIMPLESMENTE ME ABRACE

O abraço é o meu idioma. Por mais sem graça ou tímida que eu esteja, nunca vou te dar um abraço frouxo. Com pressa. Sem vontade. Sem cor. Sem calor. Não, me recuso. Não, não se assuste. Não recue. Não se intimide. Vamos conversar e não dizer nada. Vamos dizer tudo em um abraço. Vamos ser o mundo inteiro nesse momento. Seja o mundo inteiro pra mim nesse momento. Vamos fazer com que tudo o que sentimos caiba nesse abraço. Vamos fazer com que tudo o que sentimos seja infinitamente maior que nós mesmos. E que o espaço entre nós tenha sempre verdade. Que os nós de nós sejam desatados e que nosso abraço seja sempre a nossa verdade. A única que nos pertence.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

@decotoledo

Alguém de frases. Trilhas. Sonhos. Amores. Tatuagens. Vôos. Instintos. Idéias. Ideais. Sinceridade. Força. Transparência. Esperança. Cumplicidade. Alguém de fé e de luz. Talvez ele pareça louco, com tantas palavras bonitas, com tantas vontades infinitas, verdades e entrelinhas dentro do peito. Alguém talvez fora de moda que, antes de mais nada, sente muito. Sem joguinhos, artimanhas, meias verdades, reservas, máscaras, esconderijo. Alguém que, definitivamente, não se esconde. Que é avesso a mil coisas, que propõe que tudo seja mais simples e sincero, que já se encontrou, desencontrou e reencontrou com o amor mil vezes, mas ainda não deixou de acreditar que ele existe. Que quer filhos pulando na cama, mas não acredita em felicidades baratas que pulam da TV. Que quer olhar nos olhos e enxergar além do que é visível. Que quer alma-gêmea, destino marcado, reticências, cara metade. Que sonha com uma história escrita nas estrelas e sentida segundo por segundo na pele tatuada, no coração descompassado, no corpo quente. Que quer envelhecer junto, voar o mais alto possível, viajar o mais longe possível dentro de si mesmo e dentro de alguém. Quer estampar uma paixão sem limites pelo mundo afora, quer colorir a vida, quer se entupir de tudo o que for de verdade. Alguém que gosta do que dizem ser careta e está disposto a viver tudo de um jeito sem igual. Alguém que quer essência e não faz-de-conta. Que está cansado de faltas, ausências, buracos, multidões, vazios, poses, cascas, rótulos, modinhas. Que espera algo muito maior de um encontro perfeito, de um Natal feliz, de uma virada emocionante. Alguém que quer mais que um corpo malhado, um presente caro, um número bonito pra nos estimular a renovar e colorir a vida nova. Alguém que verbaliza a vida de um jeito simples, como se fosse fácil. Íntimo das palavras, ele combina letra por letra na sua prosa que acompanho há anos. É ele, o Deco. Canceriano de coração que nunca muda. Que sabe do que gosta, do que não gosta, o que procura, no que acredita, com o que sonha. E eu também sei.