quinta-feira, 30 de agosto de 2007

"A vida é aquilo que acontece enquanto planejamos o futuro."]

John Lennon

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Caixinha Primeiros Socorros




O coração batia forte por dentro do dentro. A gente tentava sorrir, mas minha maquiagem borrou. Dentro dos meus olhos tinha uma lua que expandia a glória. Mas tinha também uma cachoeira que mandava embora a solidão que eu pressentia. Embora estivesse ao seu lado, tudo parecia só e vazio. Porque eu sabia que você não podia ficar. Por isso, escrevi um bilhetinho num papel colorido que tirei do meu bloquinho de anotações. (Mas o que eu escrevi é só nosso.) Te entreguei minhas palavras (é pra sentir, e não pra ler...) e meu cheiro (é pra sentir, e não pra cheirar...). Não se engane: te entreguei quase tudo. Não preciso dos restos de mim pra ser feliz. E nem pra ser triste. Sou um barco a deriva. Um barco cheio de sonhos e de vida. Um barco cheio de amor e incertezas. Mas a correnteza me leva e você não está aqui pra parar. Se procuro dentro de mim, encontro você quase todo, só falta você. Porque é por nós que fecho os olhos e sorrio. É por nós que guardo cada resto seu, agora que só tenho restos. Só tenho o que sobrou dos nossos sonhos. Só tenho o que sobrou da gente.

Mas a minha caixinha é mágica. Não tem devolução, assim como o amor que eu te dou. Não tem validade. Minha caixinha tem a idade dessa distância. E dentro dela estão todos esses restos, pedaços e lembranças que são como um imã no meu coração. E dentro do dentro, existe um amor-imã que, enquanto houver restos, ainda vai sonhar. Por nós...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

PÁRA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!





Desde pequena, sempre julguei muito complicadas as relações humanas. Apesar de ir bem em todas as matérias escolares e ter facilidade para verbalizar meus sentimentos... Não! Nunca tive amigos. A verdade é que sempre fui meio do contra. Sempre gostei de argumentar. Achava difícil concordar com as pessoas, porque sinto tudo diferente. Enquanto as outras garotas queriam brincar de boneca, eu queria viver, VIVER, v-i-v-e-r. Sonhar e sonhar. Cantar e amar. Amar e SER.

E fui crescendo assim. Desse jeito todo anormal. Todo óvni. Todo doido. Achando quase tudo fútil. Achando todas as piadas sem graça. Achando praticamente todas as conversas vazias. Acreditando em raríssimos sentimentos. Verbalizando o eterno AMAR. Verbalizando o livre SENTIR.

E quando eu paro pra pensar nas coisas vazias do mundo, salvo umas poucas e jogo o resto todo fora. Jogo fora as injustiças. Jogo fora todos os humoristas. Onde já se viu fazer piada com o dia-a-dia amargo da gente? Jogo fora todos os mal-dizeres. Mando todos para o lixo. Jogo fora milhares de 'eu te amo' ditos com falsidade. Jogo fora todos os filmes de terror que só servem pra deixar a vida mais imperfeita. E aqueles de comédia também, porque nada acrescentam na vida cotidiana. Jogo fora os comentários da vida alheia. Jogo fora a fumaça que leva embora o azul do céu. Jogo fora todos os erros gramaticais ou ortográficos, porque eu tenho alergia a Z no lugar de S e L no lugar de U. Jogo fora os corações que já quase não batem. Jogo fora essas pessoas de lua. Deixo só a lua, porque ela ilumina meus sonhos.

Mas... como eu não posso ter um mundo só meu, posso apenas fingir não ver essas coisas todas. Só posso dizer que acho tudo lindo. Tudo legal e tudo perfeito. Só posso ser menos do contra. Porque até hoje, de nada adiantaram os meus desabafos. As pessoas continuam as mesmas. O planeta gira igualzinho ontem e anteontem. E eu acho mesmo que nada nunca vai mudar.

Então eu imploro: pára o mundo que eu quero descer!