domingo, 25 de junho de 2006

"Amar será dar de presente ao outro a própria solidão?"

Amor que desenterra solidão
Que faz brotar o desejo
Que seduz a palavra
Que dá inspiração

Amor que se dá pela paixão
Que nos faz conhecer todo sentimento
Que faz o bater do coração
Que faz o voar da alma

Amor que desperta
Que repete
Que anseia
Que aquece

Amor que molha o lábio
Que não deixa morno
Que abala e embala
Que tira o fôlego

Amor com direito a noites de reticências
Direito a papo cabeça
Direito a sonhos malucos
E dias frios pra se passar junto

Amor com o sentir aflorado
Cheio de enigmas
A serem descobertos
Porque amor se descobre todo dia

Amor que acompanha
Que renova
Que dá calmaria
Nos dias em que nada é tranqüilo

Amor é companheirismo diário
É preocupar-se
É querer parar o tempo
Para sentir um ao outro

É um toque de sutileza
Que nos entorpece
Que nos enlouquece
Que nos faz perder o juízo

E nós não queremos parar
Se ainda existe emoção
Se ainda há graça no momento
Então continuamos amando

Se respiramos um ao outro
Se o abraço é quentinho
Se os corpos se juntam em sintonia
Então isso é amor

Rodeados de prós e contras
Resistindo ao mundo
Que insiste em triturar
E fazer tudo parecer contrário

E continuamos amando...

Amamos até não dar mais
Porque é esse o sentimento
Que nos invade por dentro
Que nos impulsiona ao desejo

Somos todos carentes

E continuamos amando...

domingo, 18 de junho de 2006

Duas maritacas e uma história



Certa vez, ganhei de meu avô (saudades) uma maritaca que chamei de Zui. Verde, amarela, azul... Linda!

Um dia, Zui morreu. Durante a noite, uma coruja conseguiu enfiar o bico por entre os arames de sua gaiola que ficava frente nossa casa. E furou um dos olhinhos de Zui, cegando-o completamente. Fez também um corte profundo em seu pescoço. Deixando-o quase a cair...

(Meus olhos enchem-se de lágrimas só de lembrar...)

Cuidamos muito dela. Mas a sua partida foi inevitável. Se foi e deixou saudades...

(...)

Depois de um tempo, ganhei outra maritaca que era muito parecida com Zui. Tinha as mesmas asas coloridas e era igualmente linda!

Um dia ela também se foi... Escapuliu de tal forma que não conseguimos encontrá-la novamente. Não se sabe por onde anda. Talvez ela já esteja morta. Era um pássaro de gaiola e, provavelmente, não sobreviveria muito tempo solta. Era tão indefesa...


É. No momento estou sem maritaca.


Como tudo é tão efêmero!!! Pessoas, a vida passa e nos leva junto com ela. Então viramos pó. A expressão' NUNCA MAIS' me dá arrepios.
Zui nunca mais abriria suas asas pra mostrar a sua penugem bonita. Não. Nunca mais.


Me parece gozada a forma como estamos sempre em busca de preencher os espaços vazios. Estamos sempre tentando, de uma maneira ou de outra, esquecer o que se foi e quem se foi, dando lugar ao que vem. Devemos viver todos os momentos da vida com a maior intensidade possível desfrutando bem de tudo que ela pode oferecer.

domingo, 11 de junho de 2006



"Meu amor
Ah, se eu pudesse te abraçar agora
Poder parar o tempo nessa hora..."





Queria eu ter um namorado. Que achasse que cada segundo ao meu lado é importante. Que, quando deitada em seu colo, fizesse cafuné em meus cabelos. Que cantasse comigo a nossa canção.

(Queria ter uma canção...)

Que ele me abraçasse forte, me fazendo sentir que o tempo pode parar. Que me beijasse de um jeito que eu jamais pudesse esquecer. Que gostasse da lua, assim como eu. Que contássemos estrelas até sorrir. Que víssemos "Doce Novembro" algumas tantas vezes juntos e decorássemos cena por cena. Ah!... Queria um namorado que escrevesse bonito pra tatuar meu coração com palavras. Que fizesse planos e me incluísse neles. Que, de mãos dadas comigo, dissesse o quanto eu lhe faço feliz. Que conhecesse os meus olhares. Que decifrasse meus desejos mais secretos. Que gostasse de Pink Floyd. Que lesse meu coração. Que dissesse que desenho bonito. Que não tivesse medo... Que tivesse coragem de me levar em seus sonhos. Que se deixasse cativar.

(Que afastasse meu tom de solidão...)

...queria eu ter um namorado. Que acreditasse tanto no amor quanto eu!


(...)
...ah, o amor que me envolve em reticências...
(...)




ps: Á todos os e-namorados, que tenham um dia bonito com gosto de ternura e cheiro de desejo. Um dia pra ficarem juntinhos, colorindo corações, preenchendo relações e reavivando os sentimentos. Dia pra aflorar emoções, fazer planos, escrever poesia e abusar da inspiração...

quarta-feira, 7 de junho de 2006

IR-E-VIR


(melhor dizendo: a razão que o coração não entende. Porque é que as pessoas se vão quando sentimos que ainda precisamos delas??)




Sei que somos seres mutantes. E, como diz a frase: A fila anda...
Pessoas entram e saem das nossas vidas constantemente. Inevitavelmente. Inexplicavelmente. Deixam lembranças com direito a reticências... Levam um pouco de nós, deixam um pouco de si. E se vão... O ir-e-vir da vida, pra mim, é deprimente. Temos que nos acostumar com a ausência das pessoas, reconstruir o coração e seguir. Temos que continuar porque o mundo não pára pra que possamos nos recompor.

Então você tenta esquecer. Tira férias da saudade e, depois de um tempo, se lembra de um montão de gente que já passou pela sua vida. Percebe a importância que elas tiveram, do quanto lhe fizeram feliz e das tantas emoções que lhe proporcionaram.
Aquele que te despertou o primeiro amor. Uma amizade que parecia ser infinita. Uma voz doce que te fez sorrir tantas vezes. Um professor dos tempos de pré que soube te ensinar muito mais do que palavras. Te bate aquela angústia, um nó na garganta e lágrimas pra encher um balde. Você sofre. Mas no fundo, sabe que o tempo passou... E ele sabe bem como esfriar relações e apagar sentimentos. E de repente, pode ser muito tarde para reconstruir amizades ou reinventar amores...

domingo, 4 de junho de 2006



Hoje meu canteiro está florido. O dia amanheceu ensolarado. O céu está num azul intenso que dá alegria ao meu ser. Meus cabelos estão despenteados. Ainda estou de pijama. Dormi bem. Acordei feliz...