domingo, 25 de junho de 2006

"Amar será dar de presente ao outro a própria solidão?"

Amor que desenterra solidão
Que faz brotar o desejo
Que seduz a palavra
Que dá inspiração

Amor que se dá pela paixão
Que nos faz conhecer todo sentimento
Que faz o bater do coração
Que faz o voar da alma

Amor que desperta
Que repete
Que anseia
Que aquece

Amor que molha o lábio
Que não deixa morno
Que abala e embala
Que tira o fôlego

Amor com direito a noites de reticências
Direito a papo cabeça
Direito a sonhos malucos
E dias frios pra se passar junto

Amor com o sentir aflorado
Cheio de enigmas
A serem descobertos
Porque amor se descobre todo dia

Amor que acompanha
Que renova
Que dá calmaria
Nos dias em que nada é tranqüilo

Amor é companheirismo diário
É preocupar-se
É querer parar o tempo
Para sentir um ao outro

É um toque de sutileza
Que nos entorpece
Que nos enlouquece
Que nos faz perder o juízo

E nós não queremos parar
Se ainda existe emoção
Se ainda há graça no momento
Então continuamos amando

Se respiramos um ao outro
Se o abraço é quentinho
Se os corpos se juntam em sintonia
Então isso é amor

Rodeados de prós e contras
Resistindo ao mundo
Que insiste em triturar
E fazer tudo parecer contrário

E continuamos amando...

Amamos até não dar mais
Porque é esse o sentimento
Que nos invade por dentro
Que nos impulsiona ao desejo

Somos todos carentes

E continuamos amando...