sábado, 26 de março de 2011

AFINIDADE

Nunca gostei de falar demais durante o horário de almoço e, por isso, estava calada, enquanto o restante “tagarelava”.

- Gosta do número 7?

Depois de alguns olhares confusos, percebi que a pergunta era pra mim.

- Como é?
- Gosta do número 7?

Não havia compreendido as razões daquela pergunta, mas já estava me acostumando com as perguntas imprevisíveis que surgiam à mesa durante nosso almoço, então, não me assustei. Procurei responder com a mesma imprevisibilidade. Consegui.

- Não. Não gosto de números ímpares.
- Deveria gostar.
- E por quê?
- Já reparou que o número 7 está por todos os lados?
- Hein?
- São 7 maravilhas do mundo, 7 cores no arco-íris, 7 pecados capitais, 7 dias na semana, em 7 dias Deus fez o mundo...

Confesso que fiquei em silêncio. Eles continuaram.

- São 7 as camadas eletrônicas de um átomo, 7 notas musicais, de 7 em 7 anos é contada a idade de um cachorro...

Todos, nesse momento, se calaram. Eu tinha olhos curiosos. Pensei em surpreendê-los.

- 7 vidas tem o gato, 7 anões tem na história da Branca de Neve e... Quando compro jornal, sempre vou direto ao jogo dos 7 erros.

Para a minha surpresa, ninguém ficou extremamente surpreso.

- Sabíamos que você era “das nossas”.

Só posso dizer que... No que depender de mim, nossa amizade estará guardada a 7 chaves.

segunda-feira, 21 de março de 2011

A MINHA FÉ

 
Acredito no poder de uma oração em silêncio. Se Deus está aqui e em todos os lugares, não é preciso gritar muito pra que Ele nos escute. Se Ele conhece todos os idiomas e entende a fala confusa de cada um de nós, humanos confusos, então não é preciso sequer falar bonito. Talvez nem mesmo seja preciso falar, já que Ele é onipotente e conhece todos os nossos pensamentos, sem exceção. Não precisamos marcar encontro com aquele que está em todo lugar, a todo tempo. Não precisamos ir ao Seu encontro. Ele deve ser o próprio encontro. Um encontro entre nós e a nossa parte mais bela. Deus tem que ser essa parte, tem que ser o nosso melhor. Não precisamos ser eufóricos pra parecermos felizes em nossa fé. Não precisamos repetir frases prontas ou contar sobre os dias depois de amanhã pra afirmarmos nossa crença. Não precisamos sofrer pra nos tornarmos dignos do amor de Deus. Não precisamos passar por nenhuma conversão, nem precisamos deixar de ser quem somos, nem precisamos entregar nada além do nosso coração. Não é preciso que façamos parte de um grupo que diz sempre as mesmas coisas pra que sejamos fiéis. Não é necessário que assumamos o posto de ouvintes, aos pés de outro homem que diz dizer a verdade, sem sequer questionar palavra alguma.

Mas SIM. Digo que sim: é preciso ter olhos que veem o essencial, boca que não professa o mal, ouvidos que não ecoam o que é ruim. Não é preciso fechar os olhos, mas abrir o coração. É preciso ter olhos pra ver e ouvidos pra ouvir a melhor parte de cada um de nós.

segunda-feira, 14 de março de 2011

RIO DE JANEIRO


O Rio de Janeiro, cuja capital é carinhosamente apelidada de “Cidade Maravilhosa”, desperta orgulho no coração fluminense, mesmo que seja cenário paradoxal de beleza e dor. A simples palavra “carioca” remete exatamente ao perfil de quem recebe as bênçãos de Cristo: um sujeito alegre, leve, festeiro, dourado, tranqüilo, inspirado, abraçado pelo filho do Criador. Um cidadão de fala e andar inconfundível, que aguarda o Carnaval e guarda a vida, com amor. 

O estado é rico em maravilhas, entre elas, o Cristo Redentor, conhecido e reconhecido mundialmente como uma das sete belezas mais bonitas de ser ver. Assim, o Rio é pão de açúcar, é Maracanã, é praia de Copacabana, é verão que se arrasta, é céu azul, é “calor de quarenta graus”, é Jardim Botânico, é passeio de bondinho, é contraste, é calçadão. O Rio está na cor do corpo, no papel do cartão postal, no brilho dos olhos turistas, nas letras e canções dos poetas, no medo do cidadão, no tumulto, na multidão. Para o carioca, a inspiração é o próprio dia-a-dia, a felicidade é a simples companhia e o samba é muito mais do que um passo de dança. 

A gente vê o Rio no alto dos prédios, no alto dos morros, na sombra de Cristo, na sombra do socorro, no azul do céu e do mar. O Rio está entre o samba e o funk, entre o tiro e o suspiro, entre o vai-e-vem dos povos e o vai-e-vem das ondas, entre a guerra e a paz, entre o sol que queima e a chuva que inunda, entre um prédio no Leblon e um cômodo na Rocinha, entre o quiosque e o horizonte, entre o açúcar do pão e a pimenta do reino. No Rio de Janeiro, não reina sempre a paz. O que se conta de bom é que, mesmo em tempos de guerra, o sol continua a brilhar. E brilha. E o mundo acredita que o Rio vai se salvar. 



ps: Esse texto foi publicado na edição de março da Revista Betim Cultura (RBC), da qual faço parte. Sou responsável pela seção Estados do Brasil e, mensalmente, descrevo um canto do nosso país. A versão online da revista também está disponível aqui.

quarta-feira, 9 de março de 2011

SOMEDAY WE'LL KNOW

Ali. Tão perto dos contos de fadas. Das trilhas sonoras dos filmes. Das pelúcias de presente. Tão perto das histórias de amor. Tão perto do amor... Assim. Tão pouco precisava de explicação. Tão pouco solo de guitarra. Tão câmera lenta. Tão pouco real. Tão piano. Tão amor... Amor daqueles que, em um belo dia, você acorda e sabe. Que ele está ali.

Um segundo que justifica todos os anos que caberiam em um único dia. Um passado inteiro a troco de um mesmo futuro. O futuro comum. Dezenas de sorrisos que contam histórias inacabáveis. Um olhar que diz dezenas de palavras de amor indecifráveis. Números que se multiplicam, se invertem, dividem. Nos dividem. E depois nos unem. Ao longo da eternidade.
cena do filme 500 Days of Summer.

terça-feira, 1 de março de 2011

O QUE ME ENTRISTECE

Hoje, ao ler o último post da Brena Braz, autora do blog Até Onde Vai, parei pra pensar sobre essa ideia que anda tão comentada entre escritores virtuais: a ideia do plágio. No post da Brena, ela se diz cansada de ver seus textos serem publicados na internet sem os devidos créditos e, em alguns casos de extrema falta de respeito, assinados pelo(a) dono(a) do blog. 

Confesso que sempre escrevi sem me preocupar com isso, pensando, inocentemente, que meus textos não eram alvo de tamanho desrespeito. Hoje essa história mudou. Abri o Google e digitei trechos de alguns dos meus últimos textos publicados aqui no Bate-Coração. A surpresa? O texto DESEJOS, publicado no final do ano passado, em que eu expressei minhas perspectivas para 2011 e meus agradecimentos por todo o carinho que recebi em 2010, teve oito "plágios". Das oito pessoas que publicaram esse texto em suas páginas na internet, apenas uma citou meu nome. 

Quem acompanha meu blog deve se lembrar que finalizei o post DESEJOS com os seguintes agradecimentos: Obrigada àqueles que, através do Bate-Coração, me entenderam em silêncio. Obrigada àqueles que me inspiraram, me ofereceram uma palavra de carinho ou me fizeram acreditar que transformar em letras aquilo que já não couber em mim vai ser sempre uma boa pedida.
Em alguns casos, esse trecho também foi copiado quase na íntegra, alterando apenas o nome "Bate-Coração" pelo nome do blog de quem copiou. Dá pra acreditar?

Acho justo compartilhar aqui a minha indignação e mostrar, inclusive, todos os links onde meu texto foi publicado sem créditos:

DESEJOS, texto publicado no fim do ano passado, sucesso de público e de cópias.
Essa, além de tudo, acrescentou uma frase no final, que diz o seguinte: "Que eu persista em ser a Carla que sou sem pintura e sem retoque." Bem, espero que não persista com essa cara-de-pau de copiar o que não é seu.
Essa se diz professora. Duas coisas me indignaram: ela trocou o nome "Bate-Coração" pelo nome do blog dela e, além de tudo, na parte do perfil ela coloca a seguinte mensagem aos visitantes: Os direitos autorais são protegidos pela lei nº 9610/98, violá-los é crime. - Ao copiar textos, atribua os créditos, sempre. Obrigada! 
É aquela coisa do "faça o que falo, não faça o que faço."
Essa pessoa, além de copiar o texto todo e trocar o nome do meu blog pelo nome do blog dela, colocou uma frase de outro texto meu no cabeçalho do espaço dela, novamente sem citar meu nome. O pior: ao continuar visitando o blog, me deparei com vários outros textos meus. A prova está aqui:
Não é a toa que o blog dela se chama Meu Disfarce.
Ufa! Até que enfim alguém se lembrou da escritora Silvia Prata!
A autora do blog "Não é digno de capa dura" citou, inclusive, o endereço do Bate-Coração. Obrigada, Paula!

Minha busca continua... Em outros textos:

VITÓRIA DO TEMPO, publicado bem recentemente aqui no blog, copiado sem créditos no blog do Affonso:

A TAL CONSPIRAÇÃO, publicado em novembro do ano passado, copiado sem créditos no blog da Catarina. http://catariinab.blogspot.com/2010/11/esta-tudo-tracado.html

PARTO, publicado aqui no blog em setembro do ano passado, copiado em novembro no blog da Kiki.

O AMOR QUE AMA E A FOLHA EM BRANCO, escrito também em setembro do ano passado, copiado por dois blogs sendo que, em um deles, meu nome foi citado.

EM MIM, poema publicado em agosto de 2010.

CONTOS E CANTOS, texto publicado em julho de 2010 aqui no Bate-Coração, copiado pelo blog Doce de Pimenta.

SOBRE NÓS é um texto meu que foi publicado com créditos no blog da Paula Mota. http://diariopaulamota.blogspot.com/2011/02/ele-procurava-por-uma-brisa-suave-que.html Obrigada, Paula!


Àqueles que copiam, minha busca vai continuar. Vou procurar por todos os textos e todos aqueles que tiverem copiado sem citar meu nome, o blog e o nome da pessoa serão divulgados aqui. 

Agradeço aos que usaram minhas palavras e se lembraram do quanto é importante colocar os créditos. Espero que, depois dessa minha manifestação, essa situação seja amenizada. É triste ver palavras articuladas por mim sendo assinadas por outras pessoas.

A partir de agora, a função de selecionar e copiar o conteúdo desse blog é bloqueada. Se você quer usar textos meus em seu blog, perfil do orkut, fotolog, etc, me avise através da caixa de mensagens ao lado e eu envio o conteúdo desejado para o seu e-mail, desde que se comprometa a respeitar os direitos autorais.