sábado, 28 de janeiro de 2012

AMOR E OUTROS EQUÍVOCOS - meu primeiro livro!



Houve uma época em que eu quis ter a sílaba redonda, a letra redonda, o coração redondo. Queria ter uma história certa pra contar. Queria uma coleção de certezas pra calar os medos. Queria terra firme e chão seguro.

No decorrer do tempo, encontrei e perdi o caminho certo por diversas vezes. Mais tarde, percebi que a perda de mim mesma podia ser um grande encontro. E me reinventei. Hoje sigo amando e, naturalmente, me equivocando. E sendo poeta pra dissecar os próprios amores e os equívocos que ele traz.

Quero o mais doce e o mais azedo dos sentimentos. Quero tudo o que existe entre doce e azedo. Quero ser coletânea. Minha matéria-prima é o amor, o maior de todos os sonhos e o mais doce dos enganos.

Em AMOR E OUTROS EQUÍVOCOS, prometo tirar da gaveta tudo o que é passível de ser sentido. Estou entre o sonho e a realidade, nas peculiaridades que existem entre o lirismo e a lucidez. Estou aqui pra falar do sentimento de um mundo inteiro que pede pra ser transformado em palavras. Essa descrição é inesgotável e não se encerra na última página. É o amor que não se encerra. E por quê? Porque ele continua por aqui e por aí, nos equivocando.


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Leitores queridos do Bate-Coração, AMOR E OUTROS EQUÍVOCOS é o título do meu primeiro livro, que será lançado muito em breve. Dedico essa conquista a todos os olhos que passam por aqui em busca das minhas palavras desde 2005, quando o blog nasceu. Agora minha prosa estará no papel. E é com muita alegria que trago essa notícia. Aguardem!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

TRANSIÇÃO

Não se abraça caminhos novos sem deixar rotas antigas para trás. Nunca foi possível encher a mochila de sonhos sem antes deixar a alma livre. Há escolhas na vida que nos custam caro.

Mas eu escolhi. Em meio a tantas opções irresistíveis e momentaneamente atraentes, eu decidi que percorreria o caminho mais árduo. Masoquismo? Não. O fato é que são justamente as trilhas cheias de pedras que nos levam ao jardim mais amplo.

Por sorte, eu consegui. A jornada foi longa e com poucas pausas. O dia começava muito cedo e não tinha hora pra terminar. Os olhos, por vezes embaçados, percorriam linhas sem entrelinhas. Quase não havia poema. A minha janela esteve fechada. Não vi flores e nem borboletas. Perdi as quatro estações. Mas ganhei um futuro que tem cheiro de pólen e gosto de néctar, o que é muito melhor.


Sei que os próximos dias serão de primavera aqui dentro de mim. Há muitas flores querendo se abrir. E tudo está pronto: o sol brilha, há verde por toda parte e parece que as pedras finalmente ficaram para trás. Até meus sentidos estão mais aflorados. E eu também estou pronta.

sábado, 21 de janeiro de 2012

DE VOLTA



Durante alguns dias, meu tal “eu lírico” esteve confinado. Mudo, distraído, banal. Tive medo de ter o coração atrofiado, confesso. Tive medo de perder os trocadilhos e a inspiração. Mas hoje é uma manhã de sábado ensolarada. A poesia finalmente despertou. E eu estou novamente subordinada à oração.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

DE PORCELANA


Eu queria dizer que há em mim um coração mole e dengoso. Sou, no fundo, frágil. Sou delicada, sou menininha. Nem sempre sou a pessoa que pareço ser. Mas acho que é assim mesmo: ninguém é, de fato, o que parece ser. Não o tempo todo.

Ainda que eu tente parecer inabalável, habita em mim um sentimento que rasga. Que grita. Sim, sentimentos costumam ser violentos. Às vezes, finjo não me importar com quase nada, só pra que se importem comigo. Mantenho sigilo sobre parte do que sinto até não suportar mais meu próprio segredo. Às vezes guardo um verso ou outro só pra mim. Nem sempre me publico. Às vezes esbarro nos meus poemas. Quase sempre estou assim, entre uma linha e outra. Fica sendo esse o meu esconderijo: a entrelinha.

Apesar de me esconder nos dias nublados, me exponho ao que me ilumina sem muita precaução. Apesar da fragilidade que, de fato, incide, permaneço amando com toda força que há em mim. Apesar das entrelinhas que guardam segredos meus, minhas palavras são simples. Eu quero mesmo é que você me entenda. É difícil?