sexta-feira, 22 de abril de 2011

COM MINHAS LETRAS E CANÇÕES...

A todos aqueles que acompanham o Bate-Coração e conhecem as palavras que eu rabisco por aqui...

Venho, mais uma vez, trazer um pouco das minhas letras e canções. Esse é o clipe da música Super eu, que também está no meu CD. Quem quiser adquirir o disco, DE CANETA HIDROCOR, ou me ajudar com a divulgação online, pode enviar um e-mail para silvia@silviaprata.com.br

É muito bom ter vocês sempre aqui. Obrigada por me lerem e... Nesse momento, em especial, obrigada por me ouvirem. Um beijo para todos esses quase 300 seguidores que vêm até aqui movidos pelo desejo de que o coração bata sempre mais forte. Ele vai bater, prometo.



Super eu - Silvia Prata

Composição: Eduardo Mendes

Quase não consigo mais me reconhecer
Os meus sentidos na sua mão
Fica mais fácil de me vencer

Pra você sou uma bandida, sou incolor
Sou perigosa na direção contrária
Ao certo na sua mão

Só porque vago na noite sem direção
Cometo crimes sem ter razão
Me apaixonei por você

É o fim da criminosa e o super-herói
Armado a fogo e a ferro até os dentes
Acho que vou me entregar

Pra que unir a lua ao sol
Se a nascente a faz se ausentar do céu azul
E o mundo a faz pensar que a escuridão é meu lugar
E a luz é o seu, é o seu

Super eu que invadi o seu coração
Ando dizendo pra um batalhão
Já podem vir me prender

Já não sou tão perigosa na sua mão
Já não consigo me proteger
Olhando a lua, flertando o sol

Solidão, deserta noite de dia é chuva
Não abro mão de ser como a lua
Brilhar à noite dá mais tesão

No meu jardim nasceram flores que jamais vi
Me invadiram com seu perfume
Quase consigo sorrir

quarta-feira, 13 de abril de 2011

COSTURANDO LEMBRANÇAS


Quando eu era menininha, minhas manias eram manipular letras, manusear palavras, manejar as sílabas, mistificar poemas, manuscrever. Minhas mãos não eram cheias de barro e nem de grama. Minhas roupas não eram manchadas de brincadeiras. Eu não tinha cheiro de Gelol. Meu olhar não tinha as cores do jardim. Não persegui borboletas, não subi em pé de fruta, não aprendi a andar de bicicleta, não caí de bicicleta, quase não esfolei o joelho e não tirei algumas bonecas nem mesmo da caixa. Se eu fui criança? Sim, eu fui a dona de um diário de capa verde e cadeado dourado e de um livro chamado O Fio do Riso.



Quanto ao diário, não sei dizer em quantas páginas rabisquei os vãos de mim mesma. Não faço ideia de onde esteja esse diário. Mas o fio do riso... Esse eu não perdi.

Continuo escrevendo e sorrindo. Às vezes, escrevo bem mais e sorrio menos. De repente, sem nenhum motivo aparente, passo a sorrir descontroladamente e o meu sorriso se transforma em risada. Hoje, dou ao meu livrinho de cabeceira um significado muito maior. Entendo que quase tudo está quase sempre por um fio. Já sei que o “quase” é o próprio fio que ainda não se arrebentou.

Os anos se passaram enquanto eu sonhava. Continuo sonhando. A grafia mudou um pouco e as palavras ficaram mais rebuscadas, mas continuo tentando falar das mesmas coisas de antes: dos sonhos e do amor, que é o maior de todos os sonhos.


sábado, 2 de abril de 2011

AH, SE EU PUDESSE!



Recomeçaria meus poemas em um caderno novo. Sonharia um sonho em segredo. Guardaria meus segredos. Resguardaria meus sonhos.

Saltaria para um futuro previsível, onde minhas letras redondas fossem histórias e minhas melodias inventadas, canções de amor. Queria mesmo ter o direito de retornar ao passado, sempre que preciso, só para espiar as antigas expiações.

Reinventaria minhas eras. Retornaria apenas aos suspiros e... suspiraria de novo, quantas vezes o coração precisasse. Apagaria os versos que não dizem nada e saltaria um espaço para o silêncio que sempre disse tudo.

Juntaria os pedaços de mim, que me esforço pra ser um quebra-cabeça montado, e desmontaria sem remorso. Tiraria tudo da ordem e reordenaria à minha maneira, sem me preocupar se encaixa ou não.

Rasgaria todas as folhas que não dizem nada ao meu coração. Deixaria apenas cartas, bilhetes, poemas, cifras e contos. E contaria a minha história, a quem quisesse ouvir, através desses escritos.

Assistiria a todos os filmes da minha vida de novo. Gastaria, para isso, o tempo que fosse preciso, sem me questionar se esse tempo é perdido ou ganhado. Declamaria que o tempo é o próprio presente, cujo embrulho a gente guarda embaixo do colchão pra atrair muito mais. Presente é bom.

Deixaria todos os medos na estante e partiria, mesmo que rumo a uma realidade improvável, que só é possível nos meus sonhos. Feliz mesmo é a vida inventada.