quinta-feira, 7 de julho de 2011

POR FAVOR, ENTENDA...


Hoje, durante o horário de almoço, confesso que me perdi no tempo por alguns instantes. Isso não é lá muito anormal. Preciso admitir: fico constante desconectada do universo real e totalmente entregue aos planos, desejos, sonhos, vontades, apreços. Não nego minha mania de sonhar. Assumo.

De repente, meus pensamentos silenciosos foram interrompidos por alguém dizendo:

- Como você é estranha! Mas a gente gosta do seu jeito, assim mesmo, viu?

Fiquei pensando... É estranho ser vista sempre pelo mesmo ângulo. É estranho ser sempre analisada pelos mesmos olhos que insistem em acreditar que é desconexo se desconectar. É estranho ter um universo tão a parte em que os outros não conseguem, de maneira alguma, penetrar. É estranho.

Continuei pensando... Tomara, tomara mesmo, que num dia qualquer de primavera, verão, outono ou inverno, cruze o meu caminho alguém que consiga me enxergar como ninguém nunca pôde. Alguém que não se espante quando eu falar dos meus sonhos, que não se assuste quando eu contar meus medos, que não desvie o olhar quando eu falar com meus olhos e que caiba, por fim, nos meus abraços.

Se eu pudesse fazer um pedido, seria esse: “Quando eu soltar a minha voz, por favor, entenda...”