segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A ARTE DE CONTAR ATÉ DEZ

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Uma ofensa. Uma calúnia. Uma bobagem. Ou seja lá o que for. Saber ou não contar até dez promete ser o critério do século XXI para a seleção natural proposta por Darwin. Para sobreviver, é imprescindível saber contar (e resistir).

Paciência. É isso que o mundo exige que tenhamos. Dizer que é preciso que todos saibam onde termina seu espaço e começa o do outro é clichê. Eu sei. Mas como não repetir? A gente insiste em não entender. Em invadir. Em se intrometer. E em obrigar os outros à nossa volta a contarem até dez, cem ou mil.

Do que será que precisamos? Que palavra, afinal, está faltando no nosso dicionário? Respeito. Bom senso. Percepção. Sensibilidade. Compreensão. Limite. Ou tudo isso junto, em um pacote só.

E quais são, afinal, os nossos infernos? O trânsito. A poluição. A intriga. A rotina. A correria. As obrigações. As distrações da vida moderna que mais nos tomam tempo do que, de fato, facilitam nosso dia a dia. E ele: o próprio dia a dia. A monotonia.

E o que, na realidade, queremos alcançar? Um pouco de paz. Tempo pra ouvir nossas trilhas sonoras, tão minuciosamente separadas por nós conforme nossas lembranças mais bonitas. Sensibilidade para ler e interpretar poemas cujo conteúdo não está escancarado nas linhas. Serenidade para ouvir o que todo mundo tem a dizer. Sabedoria para distinguir o que é e o que não é pertinente. Tranquilidade para falar pausado. Flexibilidade para aceitar e compreender o que é diferente. Amor, para que a vida nunca perca o seu sentido vital.