sábado, 20 de outubro de 2007

UMA MÃO PARA O DESTINO


Ela vinha cantarolando baixinho pela avenida fazendo caminhada num domingo à tarde. O circo estava chegando à cidade e Amanda, que sempre gostou de cores e luzinhas observava encantada a decoração. Até que bateu o olho em um anúncio escrito de tinta vermelha num muro:
"JOGUE CARTAS E BÚZIOS, DESCUBRA SEU FUTURO. ENSINAMOS SIMPATIAS PARA O AMOR."
Imaginou tudo.
Entrava em uma casa meio velha num lugar afastado. Ela chegava mais perto e - sim, tudo isso era na imaginação acreditem - lá estava uma mulher vestida com uma saia toda bordada até o pé e lenço na cabeça. Ela se sentava e a mulher enxergava sua vida todinha nas cartas.
Amanda já sabia até o que ela iria dizer quando chegasse lá. Aquela mesma história de um homem alto, moreno e lindo e uma moça loira que ia atrapalhar tudo. Sabia que era tudo mentira essa história de vidente, mas, lá no fundinho, bem que queria pagar pra ver.
Memorizou o telefone e foi repetindo baixinho até chegar em casa, pra não esquecer. Mas quando chegou, foi fazer outras coisas e acabou esquecendo essa história de prever futuro e fazer simpatias. Algumas semanas depois, estava conversando com a Bí e de repente, lembrou-se da vidente. Sim. A vidente, os búzios e tarôs.
- Bí, vamos à vidente?
- Fazer o que?
- Saber do nosso futuro e aprender simpatias para o amor
-Vamo, ué. Já ligou pra saber quanto custa?
Arrumaram um celular emprestado de um colega. Amanda ainda recordava do número mais ou menos e Bí discou.
- Alô. É da... da... É da vidente?
- Vidente? Como assim vidente?
- É que eu tava precisando de umas simpatias para o amor. É com você mesmo?
- Não, moça. Eu sou costureira. Costuro muito bem mas esse negócio de prever as coisas eu ainda não aprendi!
- Ah. Foi engano Desculpa...
(Pausa. Crise de risos.)
Então tentaram de novo, mudando alguns números.
- Alô. É da vidente?
-Não. Aqui é da polícia militar.
- Ahh... Desculpa.
Então veio uma luz! Elas estava no colégio. E o anúncio que Amanda havia visto era no muro logo em frente a escola. Que sorte!!! Chegaram à grade, mas não dava pra enxergar o bendito telefone. E quem chega? Sim. O Sidney, supervisor.
- Que vocês estão olhando aí, posso saber?
- Ah... Nós?
GRANDE IDÉIA: O SIDNEY É PRATICAMENTE UM GIGANTE E... QUEM SABE ELE NÃO ENXERGA O TELEFONE?
- Sidneeeeey, olha pra gente o que está escrito naquela plaquinha aliii
Sidney fechava um pouco os olhinhos e se aproximava da grade na intenção de enxergar. E quando ele enxerga...
- O quê??? Isso é coisa do capeta!!!
É. Depois desse monte de confusão, Amanda vai mesmo é comprar sete rosas brancas e umas pimentinhas do reino, que diz que é bom para o amor. E se nada der certo, ela...
ELA DESISTE!